sábado, 18 de agosto de 2007

Demência

Porque fiquei?
Porque tenho de ficar
Não sou a besta, e o ego está a crescer,
comprime-me o corpo, mas eu digo não.
Vai, e se sentires a minha falta,
não sei,
Aperta-se o estômago.
Contraio-me, espero pelo desastre.
Não há mais espaço. O coração
silencia-se entre as costelas da carne.
Não tomarei nenhuma posição.
Mas que confusão.
A cabeça não gosta.
Não gostei do que me disseste,
e essas sementes crescem,
e fica o ciúme.
Os sentimentos estão aqui fechados,
És tão bonita, mas que fazer
Tens uma beleza frágil.
És uma linha ardente,
e pensar em ti nunca deixa de aquecer,
mas não me amas.
Espero por ti,
e sei que não espero por ti,
mas o meu corpo ainda não te deixou ir.
A minha mente já.
E não houve surpresa.
Vai lá.
Prefiro sonhar a lutar.
A luta...
nem devia de estar aqui...

Deixei de querer ser deus,
ou um deus,
aceito a verdade de viver.
Estou aqui e agora,
e o meu amor é grande para me deixar envolver
na poeira da manada.
Se quero ser livre, vou viver os meus momentos.
Se me queres o coração, leva-o.
Queres alguém que corra atrás de ti, mas
não te amo para correr atrás de ti.
Se te amasse isto talvez não acontecesse, mas
amar alguém como tu.
Bom, ainda
bem que não corro atrás de ti.
E este picante que me aquece os lábios
e solta a testa
é bem mais que a ausência dos teus beijos e carinhos.
Já corri atrás de ti o suficiente.
Não corro mais atrás de ti.
Não és a minha brisa quente!

Aqui estou eu, passei algumas horas desde
que te vi pela última vez, e penso.
Pensei nestas algumas horas que passaram,
em ti,
mas também pensei naquelas que se alinharam
e eu não conclui.
Pensei nela,
e na outra,
aleatoriamente pensei numas outras que foram.
Umas que foram minha paixão, e
outras que foram fogacho de uma noite.
Estas afastaram-se.
Pensei mais naquelas
que não foram.
Será que esta noite ia conhecer outra?
Não pensei muito nisso.
Senti isso mais do que pensei.
Mas nunca forcei.
Sim, porque o meu desejo,
e por ter sangue como o sangue que tenho,
por vezes acho,
e não me aconteceu apenas uma vez,
conseguir aquilo que, nos fundos, senti que queria.
Mas não pensei muito nisso.
No que eu mais pensei,
foi em ti,
minha cabrona.
Pensei se estarias a pensar em mim.
Seria bom que pensasses em mim. Assim gostarias de mim,
mas cabra como és, não me irias dizer
e muito mais não farias por mim.
E não posso ter uma mulher que apenas pensa em mim.
Quero uma mulher que me tome.
Não precisas de pensar em mim.
Foda-se.
Nem dá para chorar.
Esta puta de vila,
ela e as suas luzes,
omnipresentes,
cínicas,
afirmam.
Aqui não!
Nunca!
Agora come, porque alma portuguesa foi...
e foi... mesmo.
Gostava de saber onde estás. Estou aqui sozinho.
A luz está-se a apagar.
Porque não acontece nada? Estou a viajar.
Os demónios abrem as portas.
Até amanhã.
Porque ris?
És um cabrão!
Deixa-me.
Não há paz.
Expandi-se eu, fulminando para mim,
Estas doces brancas, pintadas de ternura preta.
Que fascínio.
Tão sonolento estou que não procuro coisa assim.
Toca-me.
Espero pela paixão de amanhã.
Aqui sinto-me bem, aqui há brisa.
Vem até mim.
Aperta-me.
Usa a minha pele como teu manto quente.
Quero-te aqui!
Quero-te agora!
Não me deixes chorar...

1 comentário:

Anónimo disse...

EU...sou o ar que aviva o teu fogo